segunda-feira, 26 de junho de 2017

O Anticristo marcha (3/3)

2017: o ano de centenários históricos e sua relação com a Maçonaria.
Manuel Guerra.
[https://infovaticana.com/blogs/wp-content/uploads/sites/3/2017/04/blogcentenarios.pdf].
Tradução de Bruno Braga.

No ano de 2017 coincidem uma série de centenários de primeiríssima categoria: o primeiro da revolução marxista comunista na Rússia (outubro, 2017) das aparições da Virgem Maria em Fátima (maio-outubro, 1917); o terceiro da fundação da Maçonaria (junho, 1717); e o quinto do "protesto" de Lutero (1517), origem do "protestantismo". São quatro acontecimentos relacionados de alguma forma entre si mediante sua conexão com a Maçonaria.

              

Acaba de sair a edição digital e impressa do meu livro "El árbol masónico. Trastienda y escaparate del Nuevo Orden Mundial" (Digital Reasons, Madrid, 2017, 498 pp.). Dada a importância e atualidade de sua temática, brindo o leitor com o seu primeiro capítulo como um aperitivo.

1. O primeiro centenário do triunfo da revolução bolchevique.

O triunfo da Revolução de Outubro (1917) permitiu que os bolcheviques assumissem o poder na Rússia em novembro desse mesmo ano. Contribuiu de forma eficaz com esse triunfo, entre outros fatores, o apoio que os maçons dos governos ocidentais deram a Kérensky, deputado socialista, presidente do governo provisório antes de Lenin, Grão-mestre do Grande Oriente Russo e secretário do Supremo Conselho Maçônico da Rússia. Na revolução de fevereiro de 1917, todos os ministros de seu governo eram maçons, menos um. O maçom Pavel Milykov, ministro de Assuntos Exteriores do governo provisório, admite em suas "Memórias" que o golpe de Estado de 1917 foi um complô maçônico.

Influenciou também a condição maçônica de Trotski e a do pintor Frederic (Fred) Zeller, Grão-mestre do Grande Oriente da França (1971 - 1973), secretário de Trotski exilado na Noruega (1935), assim como a de Stepanov Skvotsov, fiel companheiro, e a de Lenin mesmo, comunista e fundador da "Ur-Lodge" ou "superloja" supranacional Joseph Maistre. Influenciou ainda, desde finais do século XIX, o financiamento dos empréstimos à Rússia, concedidos pelos bancos ocidentais que estavam nas mãos de judeus e maçons, como Rothschild & Kuhn Loeb, Morgan, e Rockefeller à frente.

Poucos anos mais tarde, o ponto 22 (III Internacional, 1919), ou seja, o das condições requeridas para que um partido socialista fosse comunista, exige a eleição entre ser "irmão" (maçom) ou "camarada" (comunista), dada a incompatibilidade entre a foice e o martelo e o esquadro e o compasso. Até que Lenin o revelasse na IV Internacional (Moscou, dezembro de 1922), o ponto 22 foi mantido em segredo para não gerar inimizade com os banqueiros ocidentais que, em grande medida, financiaram a Revolução Russa. Ademais, Moscou advertiu que um comunista ocultar a sua filiação à Maçonaria seria considerado como a infiltração de um agente inimigo no partido, e significaria sua ignomínia diante do proletário, linguagem retórica que, na União Soviética, seria traduzida por torturas e mortes. Ludovico-Óscar Frossard, maçom e primeiro secretário do Partido comunista francês, abandonou o Partido e o posto de secretário geral do mesmo (janeiro, 1923). Em 1937, passou a "adormecido" de sua loja em Paris provavelmente por influência de seu filho Andrés, convertido à fé católica em 1925, aos 20 anos, autor, entre outros bestsellers, "Dios existe. Yo me lo encontré" (Rialp, Madrid, 1970). Mas "o comunismo é somente uma etapa, não um fim", proclama o Grande Oriente da França em sua revista oficial "Bulletín du Grand Orient de France" (nº 43, janeiro-fevereiro, 1964). Uma vez desaparecido o marxismo comunista russo, será o tempo da Nova Ordem Mundial maçônica e democrática.

2. O quinto centenário do "protesto" de Lutero, origem do protestantismo.

O protestantismo fez-se de dobradiça no plano teológico ou religioso entre o teocentrismo / cristocentrismo medieval e o antropocentrismo / egocentrismo da modernidade. Durante a Idade Média o homem e o seu entorno sócio-cultural gravitavam ao redor de Deus e de Jesus Cristo; a partir do protestantismo giram em torno do homem e do eu, da subjetividade. Com razão Mons. Ernest Jouin, fundador e diretor da revista "Revue Internationale des Societès Secrétes" (1912 - 1939), cataloga a Maçonaria como "filha da Reforma" e o ex-maçom Jean Marquès-Rivière a define como "um protestantismo laicista". Avalie, ademais, o fato de que, na aurora da maçonaria moderna, as quatro lojas de Londres, unificadas em 1717, estavam dirigidas por pastores protestantes e que, dois deles, Anderson e Désaguliers, elaboraram e redigiram as Constituições maçônicas, promulgadas já em 1723 (seis anos depois da fundação da Maçonaria moderna ou atual) e aceitas praticamente por todas as Obediências ou ramos da Maçonaria que existiam e existem hoje.

"A Maçonaria nunca foi revolucionária e subversiva nos países protestantes. Pelo contrário, apóia o protestantismo na Prússia, Inglaterra e nos Países Baixos para lutar e destruir as nações católicas como a França. A Maçonaria se serviu do protestantismo, mas jamais foi anti-protestante. A Maçonaria é doutrinalmente próxima do protestantismo, embora tenha estado sempre em oposição total ao dogma católico e ao bastião da moral e dos bons princípios que é a Igreja Católica de Jesus Cristo" (J. Livernette, pp. 68-69).

No dia 31 de outubro de 1517, o monge agostiniano Martinho Lutero (1483 - 1546) cravava suas 91 teses na porta da igreja do Palácio de Wittenberg, gesto que simbolizava o "protesto" e rebelião de Lutero frente a Roma e a origem do "protestantismo". Portanto, em 2017 se "comemora" o seu quinto centenário, não se "festeja", pois - pelo menos por parte dos católicos - não é possível celebrar festivamente uma ruptura tão dolorosa e a quebra da cristandade.

3. O primeiro centenário das aparições da Virgem de Fátima.

É de conhecimento de todos que as aparições da Virgem em Fátima aconteceram do dia 13 de maio a 13 de outubro de 1917. Mas nem todos conhecem a intervenção da Maçonaria, sua oposição às aparições e sua perseguição contra os três videntes (cf. M. F. Sousa e Silva "Los Pastorcitos de Fátima", HomoLegens, Madrid, 2008. pp. 211-234). Os três videntes: Francisco (11/06/1908 - 04/04/1919), sua irmã Jacinta (11/03/1910 - 20/02/1920) e a prima de ambos, Lúcia (28/03/1907 - 13/02/2005), nasceram em Aljustrel, aldeia situada a três quilômetros de distância da Cova de Iria, lugar da maioria das aparições, onde está agora a capelinha das aparições.

3.1. A Maçonaria contra as aparições da Virgem em Fátima e contra seus videntes.

As revoluções portuguesas de 1910 a 1921 foram organizadas sob a direção da Maçonaria e dos Carbonários (H. Webster). Entre os dirigentes da nova e sectária República se destacou Magalhães de Lima, Grão-mestre do Grande Oriente de Portugal. Ele foi convidado para o congresso internacional das Obediências maçônicas dos países aliados e neutros, comemorativo ao segundo centenário de fundação da Maçonaria, celebrado em Paris (28-30 de junho de 1917). No dia 13 de maio do mesmo ano de 1917, exatamente a data da primeira aparição da Virgem em Fátima, Magalhães Lima declarou: "a vitória dos aliados deve ser o triunfo dos princípios maçônicos" ("Neue Zürcher Nachrichten", 28 de julho de 1917, nº 206). O marechal Ferdinand Foch, Chefe dos exércitos aliados, em 1918, depois de ler o tratado de paz, limitou-se a dizer: "Isto não é a paz, mas um armistício de 20 anos". Exatamente 20 anos depois, uma aurora boreal, a anunciada pela Virgem em Fátima, preludiou o começo da Segunda Guerra Mundial.

É do conhecimento de todos o empenho das autoridades portuguesas, iniciadas na Maçonaria, para apagar as aparições da Virgem Maria em Fátima, chegando inclusive à tortura psíquica dos videntes para que eles revelassem "o segredo", sem consegui-lo. Se não interveio pessoalmente, Magalhães foi informado por Artur Oliveira Santos, administrador e presidente do ajuntamento de Ourém, substituto do Juiz da Comarca, membro da loja de Leiria desde os seus 26 anos de idade, fundador de um "Triângulo" maçônico na sede do ajuntamento e do periódico "O Ouremse". Oliveira Santos foi o responsável pelas ameaças horrorosas, interrogatórios, encarceramento das três crianças videntes com presos comuns depois de tê-los raptado. Por causa dele os videntes não puderam estar no dia 13 de agosto no local das aparições, onde se concentrou mais de 18.000 pessoas. Nos seus informes de 1925 e 1955, Oliveira Santos mente de forma reiterada. Disse que, durante a estada dos videntes na Vila Nova de Ourém, não os "ameaçou ou intimidou, não os encarcerou nem os deixou incomunicáveis", e que "não sofreram a menor pressão ou violência". Mais até, no dia primeiro de dezembro desse ano de 1917, promovido pelos maçons, celebraram o "Congresso de propaganda e protesto contra as agitações clericais", precisamente em Fátima, aldeia então insignificante e desconhecida. Mesmo depois do Milagre do Sol (13 de outubro), os maçons portugueses consideraram as aparições da Virgem como meros truques e manipulações dos clérigos. O Congresso foi um fracasso manifesto.

3.2. A Virgem acertou em suas previsões proféticas.

As profecias da Virgem em Fátima, já realizadas, contradizem os pregadores da morte de Deus e da providência divina. A irmã Lúcia, quatro anos depois das aparições de Fátima, ingressou em 1921 no colégio das Irmãs Doroteias, em Vilar (perto de Porto) com 14 anos de idade. Em 1925, muda-se para o convento da mesma ordem em Tui (Pontevedra, Espanha) e, pouco depois, no mesmo ano de 1925, quando completou 18 anos de idade, para a mesma ordem na cidade de Pontevedra com o nome de Irmã Dolores. Em 1946, retorna a Portugal e, em 1948, ingressa no Carmelo de Santa Teresa de Coimbra, convento de clausura, no qual faz profissão religiosa com votos. Prescindamos agora de se já foram revelados todos os segredos apresentados pela Virgem à Irmã Lúcia durante sua estada fora da casa paterna, especialmente nos anos 1925-1926, já em Pontevedra.

Franklin Delano Roosevelt a princípio está de acordo: "em política nada acontece por acaso. Sempre que há um acontecimento, pode estar certo de que foi previsto para que fosse realizado desse modo". Franklin D. Roosevelt era presidente dos Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial, maçom, grau 33º e conhecedor das manobras das sociedades secretas econômicas e ideológicas. Evidentemente, ele não se refere à Providência Divina. O Grande Arquiteto do Universo da Maçonaria, é algo mais que um nome, é um conceito deísta, ou seja, o divino que "põe em marcha o relógio do universo" (Voltaire), um relógio que não precisa que lhe deem corda, pois não intervém nem na vida das pessoas nem na história dos povos.

4. A Maçonaria celebra os seus centenários.

É lógico que a Maçonaria, como qualquer outra instituição, celebre os seus centenários. Evidentemente, como é uma associação secreta, não publica o programa de atos, mas algo se chega a saber com o passar do tempo, às vezes é possível entrever, intuir algo antes de sua celebração.

4.1. O segundo centenário da fundação da Maçonaria (1917).

De acordo com a opinião geral, o nascimento da Maçonaria especulativa ou moderna foi em 24 de junho de 1717. De 28 a 30 de junho de 1917 - segundo centenário - não aconteceu nada digno de menção na vanguarda ou nas frentes de batalha; somente o ordinário da Primeira Guerra Mundial. Mas, na retaguarda, em Paris, se estava celebrando um congresso internacional das Obediências maçônicas dos países aliados e neutros. No discurso inaugural, seu presidente centrou as deliberações em dois temas: o Tratado de Paz e a Sociedade de Nações. O congresso anunciou suas conclusões em treze pontos ou propostas. Woodrow Wilson, um dos presidentes maçons dos Estados Unidos, adotou basicamente esses treze pontos, aos quais acrescentou o último de seus famosos "Quatorze pontos". Nele, anunciou "a criação da Sociedade das Nações" [N.T. conhecida também como Liga das Nações], que foi chamada "criatura da Maçonaria" (Epiphanius), um "Super-Estado maçônico" (Léon de Poncins). A Sociedade das Nações foi dissolvida em abril de 1946 e seus bens foram transferidos para a recém-criada ONU.

4.2. Como a Maçonaria celebra o seu terceiro centenário (2017)?

Estou ciente de que os maçons reagirão como se estivesse impulsionados por uma mola: não se pode falar sobre "a Maçonaria", pois ela não é um bloco homogêneo. É o que faz o maçom francês Jean-Claude Féraud-Garganti no texto que enviou ao Papa Francisco em 08 de março de 2016 (cf. os artigos na internet "¿Es posible y aconsejable el diálogo entre católicos y masones?" e "Algunos objetivos de la masonería en la celebración del su tercer centenario" em [https://infovaticana.com/blogs/manuel-guerra]). Se é assim, não se poderia falar de nenhuma abstração ou idéia universal como "o homem", "a laranja", nem sobre alguma outra realidade ou idéia universal. Como será visto, os diversos ramos ("Obediências", "Potências" em seu léxico) da árvore maçônica coincidem nas suas raízes, no tronco e na seiva. São muito mais homogêneas do que às vezes se pensa, se diz e até se escreve.

4.2.1. A transformação da sociedade: de religiosa e cristã a maçônica.

Então, depois de trezentos anos de atividade silenciosa, secreta, a Maçonaria está conseguindo transformar o ambiente sociocultural dos países tradicionalmente cristãos, a saber, os ocidentais (Europa, América) e os ocidentalizados (Filipinas, Austrália, etc.), que estão - em grande parte - deixando de ser cristãos e fazendo-se relativistas, laicistas, gnósticos, dominados por uma nova ética sexual, etc., ou seja, maçônicos. Já em 1964, Yves Marsaudon, maçom grau 33º, membro do Conselho Supremo Maçônico da França, sentenciou: "podemos afirmar que a Europa se fez maçônica" ("L'Oecumenisme vu par un franc-maçon de tradition". Vitiano: Paris, 1964. p. 25. Prólogo de Charles Riandey, maçom grau 33º). E agora ela se estenderia da Europa ao mundo ocidental, e inclusive a toda a Terra ou humanidade. É a Nova Ordem Mundial.

4.2.2. A imposição do comum a todas as religiões.

Mais a longo prazo, a Maçonaria aspira impor o laicismo a todos os países, ou seja, o comum a todas as religiões e a todas as éticas, restando as religiões tradicionalmente existentes e suas éticas específicas condenadas a uma espécie de prisão domiciliar, isto é, reclusas no foro da consciência individual e dentro de seus templos. Este é um programa em grande parte já realizado, especialmente nos países tradicionalmente cristãos, como se verá.

4.2.3. A anulação e o enfraquecimento do principal bastião, que até agora tem resistido às investidas maçônicas.

A julgar por vários sintomas e algumas manifestações, com a ocasião do terceiro centenário de sua fundação, entre outros objetivos a Maçonaria aspira eliminar o obstáculo, talvez o único consistente e resistente até agora, que freia o transbordamento maçônico e a consequente inundação e a impregnação de todos os setores e estratos da sociedade e da humanidade. Refiro-me à Igreja Católica na sua unidade interna e na sua recusa dos princípios maçônicos. A Maçonaria pretende consegui-lo mediante a instauração do diálogo oficial entre a Igreja e a Maçonaria, assim como por meio da anulação da Declaração Sobre as Associações Maçônicas, promulgada em 1983 pela Congregação para a Doutrina da Fé com a aprovação de São João Paulo II.

4.2.4. "Reconhecimento da Honra da Maçonaria".

No dia 06 de dezembro de 2016, Dia da Constituição Espanhola, a Grande Loja da Espanha iniciou uma campanha de recolhimento de assinaturas em favor do "Reconhecimento da Honra da Maçonaria" com o lema "Orgulho de ser maçom". Com um mês foram recolhidas 2.625 assinaturas em uma carta dirigida às "instituições democráticas espanholas, das Cortes ao menor dos Ajuntamentos" e "às pessoas de boa vontade". Surpreende-me o número tão baixo de adesões. Somente de maçons espanhóis há muito mais assinaturas. É de supor que, ao final, contabilizarão também assinaturas de maçons de seis idiomas não hispânicos, nos quais está redigido o núcleo do documento.

Eis aqui o núcleo da carta, escrita em espanhol, basco, galego, inglês, francês, italiano, alemão, português e árabe: "Em 2017 a Maçonaria em todo o mundo comemora o tricentenário dos seus ideais fraternos de pensamento livre e tolerância fraterna entre todos os seres humanos. Através desta declaração institucional juntamos-nos ao reconhecimento da honorabilidade destes princípios com o desejo de ver, no século XXI, o dia em que pare o sofrimento daqueles que ainda hoje suportam a perseguição, sanções, condenações penais, exílio, ou são executados por razão da defesa da Maçonaria e dos seus ideais profundamente democráticos".

A carta aponta aqueles contra os quais se opõe: "Todos os fundamentalismos religiosos, todos os totalitarismos políticos, todos os pensamentos únicos conhecidos pelo mundo tem perseguido os ideais de uma instituição que hoje segue estando severamente ameaçada em 23 países".

Neste contexto, o que se entende por "pensamento único"? O relativismo maçônico afirma a igualdade de todas as religiões, de todas as crenças e ideologias, menos a "oficial, politicamente correta", que é "a verdade", a "verdadeira" em cada época, agora a relativista, laicista, naturalista e livre-pensadora, ou seja, a maçônica. Isso não é "pensamento único", embora circunstancial ou de época? Os maçons dão a palavra e têm dado por escrito a resposta afirmativa para essa pergunta. Por exemplo, Armando Corona, ex-Grão-Mestre do Grande Oriente da Itália: "eis aqui o princípio maçônico fundamental: 'não existe uma única religião para alcançar a salvação'", embora "a Igreja Católica tenha dogmas e considera-se a única religião verdadeira" ("30 Giorni" 10, 12, dic., 1992, 50). Pensar que algumas crenças religiosas, políticas, etc. - as suas - são a verdade, se é coerente, afirmará, por exemplo, que a sua religião é a verdadeira. Mas este, como todos os demais "pensamentos únicos", é compatível com a tolerância que respeite os diferentes, ao menos porque o ser humano está dotado de uma dignidade básica, ontológica e teológica, vigente ainda que haja adesão ao erro e ao mal. A Igreja Católica sempre ensinou que é preciso condenar o pecado e perdoar, acolher misericordiosamente o pecador. Em nossos dias parece às vezes que pensa de modo distinto e até contrário.

4.2.5. A "bondade" da Maçonaria e o já "anacrônico" e superado confronto entre a Maçonaria e a Igreja Católica?

A lula, quando se sente em perigo, lança uma espécie de tinta que a esconde, confunde e desorienta os seus perseguidores. A Maçonaria semeou a confusão à sua volta de várias maneiras. Primeiro, por meio do "segredo" - "discrição", chamam eles - e por meio de organizações ainda mais secretas quanto a sua existência e atividades (fraternidades maçônicas [1], organizações de fachada [2], "Ur-Lodges" ou "superlojas" [3]). Segundo, proclamando de forma simples e natural as bondades da Maçonaria, que os documentos maçônicos destinados ao público e as publicações de autores maçons definem como associação filantrópica e iniciática. Enfim, é a insistência de que a incompatibilidade e até confronto entre a Maçonaria e a Igreja Católica, se houve, é coisa do passado, algo já superada ou que, se existe algum resíduo dessa realidade já anacrônica, se dá em Obediências ou ramos maçônicos sem importância pelo escasso número de seus membros ou, evidentemente, não na Obediência do maçom com quem se está falando. Ademais, a experiência ensina que os maçons, em sua maioria, caracterizam-se por sua suavidade, pela delicadeza e serenidade no trato, enquanto os católicos, talvez mais os clérigos, mostramo-nos com um grau notável de insegurança por causa do desconhecimento da complexa realidade maçônica e certa ingenuidade, possivelmente por indisposição, quase conatural para supor duplicidade nos interlocutores e para mover-nos na suspeita. Por fim, quantos não-maçons são conscientes de que o Rito em que "trabalham" os membros de uma loja e Obediência é tanto ou mais importante e influente que a Obediência mesma em que foi iniciado?

O Papa Leão XIII, autor do documento pontifício mais importante sobre a Maçonaria, chamada de "seita maçônica" por ele, recorda que vários de seus predecessores a condenaram; menciona expressamente Clemente XII (1738), Bento XIV, Pio VII ("os maçons se apresentam como cordeiros, mas não são senão lobos vorazes", Encíclica "Ecclesiam a Iesu", 13 de setembro de 1821), Leão XII, Pio VIII, Gregório XVI e Pio IX. E falaram repetidas vezes, "por certo sempre no mesmo sentido", porque uma e outra vez se estava difundindo o boato de que a condenação tinha sido extinta ou que, pelo menos, já não havia motivo para semelhante condenação ("Humanum genus", nº 4, 1884), como se a incompatibilidade entre a Maçonaria e a Igreja Católica ou a impossibilidade do duplo pertencimento (maçom e católico) dependesse de determinadas circunstâncias socioculturais e históricas, não da "inconciliabilidade dos princípios maçônicos e a doutrina cristã".


NOTAS:

[1]. Lojas de "irmãos" ("frater", em latim) ou maçons da mesma profissão (todos políticos, todos médicos, juízes, jornalistas, etc.), embora não necessariamente da mesma Obediência, ramo maçônico ou do mesmo rito. Têm por objetivo a ajuda mútua e a influência sobre a sociedade.
[2]. Seus membros são todos maçons, embora de profissões diferentes. Seus diretores são maçons geralmente não conhecidos  como tal ou não-maçons, mas identificados com o ideário e os projetos da Maçonaria, por exemplo: a "Institución Libre de Enseñanza", Europa Laica.
[3]. Termo que está atualmente em moda, híbrido do inglês "Lodge" (s), "loja" (s) e do alemão "Ur" = "originário, primordial, autêntico"; no alemão, tem a virtualidade de ser convertido em uma espécie de superlativo ao substantivo ao qual está ligado, por exemplo: "alt"  = "antigo", Ur-alt = "muito, muito antigo"). Daí "Alta Idade Média". "Ur-Lodge" (s) pode ser traduzido por "superloja" (s). São lojas maçônicas autocéfalas, autônomas, supranacionais, integradas por maçons de personalidade eminente no seu âmbito (político, financeiro, midiático, etc.), pode-se afirmar que os políticos ocidentais, também os espanhóis e hispanos, que estão substituindo o paradigma cristão pelo maçônico (laicismo, relativismo, divórcio, aborto, matrimônio homossexual, ideologia de gênero, etc.) pertencem a uma ou mais dessas super-lojas.

Por outra parte, para semear a confusão, os maçons se servem de católicos, especialmente de clérigos - quanto mais elevado na hierarquia da Igreja, melhor e mais eficazes - que são maçons ou filo-maçônicos. Por isso, é lógica a significativa reação dos maçons, e inclusive de alguns pouco religiosos e Bispos, ante a restrição indicada na conclusão da Declaração sobre as associações maçônicas da Congregação para a Doutrina da Fé (1983), embora seja uma excelente forma de prudência e unidade pastoral: "Não compete às autoridades eclesiásticas locais pronunciarem-se sobre a natureza das associações maçônicas com um juízo que implique derrogação de quanto foi acima estabelecido". 

Seguramente, dentro de poucos anos serão conhecidos os objetivos e projetos das distintas Obediências ou ramos maçônicos programados por conta da celebração do terceiro centenário da fundação da Maçonaria, assim como o grau de sua realização.

Fonte: http://b-braga.blogspot.com.br/2017/05/2017-o-ano-de-centenarios-historicos-e.html

Leia também "O Anticristo marcha (1/3)":
http://desatracado.blogspot.com/2017/06/o-anticristo-marcha-13.html

e "O Anticristo marcha (2/3)":
https://desatracado.blogspot.com.br/2017/06/o-anticristo-marcha-23.html

Abraços

O Anticristo marcha (2/3)

A aliança entre a Maçonaria e o Comunismo.
Bruno Braga.

Material para estudo [1].



I. O objetivo da Maçonaria organizada: neutralizar e "instrumentalizar" a Igreja Católica.

Como vimos quanto ao exemplo de Portugal em 1917, as forças da Maçonaria (e os seus aliados comunistas) conspiraram para impedir que a Mensagem de Fátima acabasse de se cumprir em Portugal. Insinuou-se que a Mensagem era uma fraude ou uma ilusão infantil; os próprios videntes foram perseguidos e até ameaçados de morte. Tal era o ódio destas forças contra a Igreja Católica e a Virgem Mãe de Deus.

O mesmo sucede com estas forças que hoje estão à solta por todo o Mundo. Não é preciso descer aos devaneios das teorias de conspiração para saber que, até 1960, os Papas escreveram mais condenações e avisos sobre os manejos dos maçons e dos comunistas contra a Igreja do que sobre qualquer outro tema na História da Igreja.

Sobre este ponto, não podemos deixar de considerar a infame "Permanent Instuction of The Alta Vendita", um documento maçônico que delineava todo um plano para infiltrar o corromper a Igreja Católica no século XX. Apesar de estar na moda, desde o Concílio Vaticano II, ridicularizar a existência de uma tal conspiração, deve notar-se que os papéis secretos da Alta Vendita (uma sociedade secreta italiana), entre os quais a "Permanent Instruction", caíram nas mãos do Papa Gregório XVI. A "Permanent Instruction" foi publicada a pedido do bem-aventurado Papa Pio IX pelo Cardeal Crétineau-Joly no seu livro "The Roman Church and Revolution". Pelo seu Breve de aprovação, datado de 25 de fevereiro de 1861 e endereçado ao autor, o Papa Pio IX garantiu a autenticidade da "Permanent Instruction e dos outros documentos maçônicos", mas não permitiu que se divulgassem os nomes verdadeiros dos membros da Alta Vendita mencionados nos documentos (A meu ver, erraram. Assim procedendo, ajudaram a escondê-los. Por quê?!). O Papa Leão XIII também pediu a sua publicação. Ambos os Papas atuaram, certamente, para evitar que se concretizasse uma tal tragédia, que estes grandes Pontífices sabiam que estava longe de ser impossível. (O Papa Pio XII também o sabia, como podemos inferir dos comentários proféticos que fez quando ainda era Secretário de Estado do Vaticano).

O texto completo da "Permanent Instruction" também se encontra no livro de Monsenhor George E. Dillon, "Grand Orient Freemasonry Unmasked". Quando deram um exemplar do livro de Monsenhor Dillon ao Papa Leão XIII, este ficou tão impressionado que encomendou que se fizesse uma edição italiana, para por sua conta.

A Alta Vendita era a loja mais categorizada dos Carbonários, uma sociedade secreta italiana ligada à Maçonaria e que, juntamente com esta, foi condenada pela Igreja Católica. O respeitável historiador católico Padre E. Cahill, S.J., que não pode ser considerado como um "maníaco das conspirações", escreveu no seu livro "Freemasonry and the Anti-Christian Movement", que a alta vendita "era geralmente considerada na altura como o centro governativo da maçonaria europeia". Os Carbonários estiveram especialmente ativos na Itália e na França (e em Portugal, sobretudo de 1910 a 1926).

No seu livro "Athanasius and the Church of Our Time" (1974), o Bispo Rudolph Graber, autoridade objectiva e irrepreensível que escreveu depois do Concílio Vaticano II, citou um Maçom ilustre que declarou que "o objetivo (da Maçonaria) já não é a desgruição da Igreja, mas utilizá-la através da infiltração". Por outras palavras, como a Maçonaria não pode obliterar completamente a Igreja de Cristo, tanciona não só extirpar a influência do Catolicismo na sociedade, como também  usar a estrutura da Igreja como instrumento de "renovação", "progresso" e "iluminação" - isto é, como um meio de levar a cabo muitos dos princípios e objetivos maçônicos.

Ao discutir a visão maçônica da sociedade e do Mundo, o Bispo Graber introduz o conceito de sinarquia: "O que agora enfrentamos é a súmula das forças secretas de todas as 'ordens' e escolas, que se uniram para formar um governo mundial invisível. Num sentido político, a sinarquia pretende integrar todas as forças da finança e da sociedade que o governo mundial, naturalmente sob chefia socialista [comunista], tem que apoiar e promover. O Catolicismo, como todas as religiões, seria consequentemente absorvido num sincretismo universal. Não só seria suprimido como, pelo contrário, seria integrado, uma tática que já está em andamento segundo o princípio da fraternidade entre clérigos (das várias religiões)."A estratégia delineada pela "Permanent Instruction" para atingir este objectivo é espantosa pela sua audácia e astúcia. O documento refere-se, desde o princípio, a um processo que levará décadas a cumprir. Os autores do documento sabiam que não viveriam para assistir ao seu triunfo. Estavam, sim, a inaugurar uma obra que seria retomada por gerações sucessivas de iniciados. Como diz a "Permanent Instruction": "nas nossas fileiras o soldado morre mas a luta continua."

"Permanent Instruction" propunha a disseminação das ideias e axiomas liberais [1] pela sociedade e [2] dentro das instituições da Igreja Católica, de tal modo que os leigos, seminaristas, clérigos e prelados seriam gradualmente, e ao longo dos anos, imbuídos de princípios progressistas. Esta nova mentalidade viria eventualmente a ser tão difusa que seriam ordenados Padres, sagrados Bispos e nomeados Cardeais indivíduos cujo pensamento estaria em harmonia com as ideias modernas baseadas nos "Princípios de 1789" (isto é, os princípios da Maçonaria, que inspirou a Revolução Francesa) - ou seja: o pluralismo, a igualdade de todas as religiões, a separação da Igreja e do Estado, a liberdade de expressão sem restrições, e assim por diante.

Chegar-se-ia por fim a eleger um Papa vindo destes meios, que levaria a Igreja pelo caminho da "iluminação e renovação". Note-se, desde já, que não estava nos seus planos colocar uma maçom na cadeira de S. Pedro. O seu objetivo era criar as condições que acabariam por produzir um Papa e uma hierarquia conquistados pelas ideias do catolicismo liberal, "ao mesmo tempo que se consideravam católicos fiéis."

Estes dirigentes católicos liberalizados deixariam de se opor às ideias modernas da Revolução (ao contrário dos Papas de 1789 a 1958, que condenaram de forma unânime estes princípios liberais), mas, pelo contrário, amalgamá-los-iam à Igreja ou "batizá-los-iam" para os colocarem dentro da Igreja. O resultado final seria um clero e um laicado católicos que marchariam soba a bandeira da "iluminação", pensando ao mesmo tempo estarem a marchar sob a bandeira das chaves apostólicas.

Certamente com a "Permanent Instruction" no pensamento, o Papa Leão XIII em "Humanum Genus" exortou os dirigentes católicos: "arrancai à Maçonaria a máscara com que ela se cobre, e fazei-a ver tal qual é". A publicação destes documentos da Alta Vendita era um meio de "arrancar a máscara".

Para que não se diga que nós interpretamos mal a "Permanent Instruction", vamos agora citá-la extensamente. O que se segue não é a "Instruction" completa, mas a seção mais relevante como prova. Lê-se no documento:

O Papa, qualquer que ele seja, não virá às sociedades secretas; compete às sociedades secretas dar o primeiro passo em direção à Igreja, para conquistar ambos. 

A tarefa que vamos empreender não é trabalho de um dia, ou de um mês, ou de um ano; pode durar vários anos, talvez um século; mas nas nossas fileiras o soldado morre e a luta continua.

Não tencionamos atrair os Papas à nossa causa, fazê-los neófitos dos nossos princípios, propagadores das nossas ideias. Isso seria um sonho ridículo; e se acontecesse que Cardeais ou prelados, por exemplo, quer por sua livre vontade ou de surpresa, entrassem em parte dos nossos segredos, isso não seria de modo nenhum um incentivo para desejar a sua elevação à Cadeira de Pedro. Essa elevação arruinar-nos-ia. Só a sua ambição levá-los-ia à apostasia, e as necessidades do poder forçá-los-iam a sacrificar-nos. O que devemos desejar, o que devemos procurar e esperar, tal como os judeus esperam pelo messias, é um Papa conforme às nossas necessidade (...)

Com isto marcharemos com mais segurança para o assalto à Igreja do que com panfletos dos nossos irmãos em França e até do que com o ouro da Inglaterra. Quereis saber a razão? É que com isto, para despedaçar a grande rocha em que Deus erigiu a Sua Igreja, já não precisamos de vinagre anibaliano, ou de pólvora, ou mesmo das nossas armas. Temos o dedo mínimo do sucessor de Pedro comprometido nesta empresa, e este dedinho vale tanto, para esta cruzada, como todos os Urbanos II e todos os São Bernardos da Cristandade.

Não temos dúvidas de que chegaremos a este fim supremo dos nossos esforços. Mas quando? Mas como? O desconhecido ainda não foi revelado. Contudo, visto que nada nos irá desviar do plano estabelecido e, pelo contrário, tudo tenderá para ele, como se já amanhã o trabalho que mal foi esboçado fosse coroado de sucesso, desejamos, nesta Instrução, que se manterá secreta para os simples iniciados, dar aos dignitários na chefia da Suprema Vendita alguns conselhos em forma de instrução ou memorando, conselhos esses que eles deverão imbuir em todos os irmãos (...)

Ora bem, para assegurarmos um Papa com as características desejadas, é preciso, em primeiro lugar, medela-lo (...) (e,) para este Papa, uma geração digna do reinado que sonhamos. Pode de parte os velhos e os de idade madura; dedicai-vos aos jovens e, sendo possível, até às crianças (...) conseguireis sem grande custo uma reputação de bons católicos e de puros patriotas. 

Esta reputação dará acesso à nossa doutrina entre os jovens Clérigos, assim como entrará profundamente nos mosteiros. Em poucos anos, pela força das coisas, este jovem Clero terá ascendido a todas as funções; formará o conselho do Sumo Pontífice, será chamado a escolher o novo Pontífice que há de reinar. E este Pontífice, tal como a maioria dos seus contemporâneos, estará necessariamente mais ou menos imbuído dos princípios italianos e humanitários que vamos começar a pôr em circulação. É um grãozinho de mostarda preta que vamos confiar à terra; mas o sol da justiça desenvolvê-lo-á ao mais alto poder, e vereis um dia que rica colheita esta sementinha produzirá.

No caminho que estamos a traçar para os nossos irmãos, há muitos grandes obstáculos a conquistar, dificuldades de mais do que um gênero para dominar. Eles triunfarão sobre aqueles pela experiência e pela clarividência; mas o objetivo é de tal esplendor que é importante abrir todas as velas ao vento para o alcançar. Se quereis revolucionar a Itália, procurai o Papa cujo retrato acabamos de esboçar. Se quereis estabelecer o reino dos escolhidos no Trono da Prostituta da Babilônia, fazei com que o Clero marche sob a vossa bandeira, enquanto acredita que está a marchar sob a bandeira das Chaves Apostólicas. Se quereis fazer desaparecer o último vestígio dos tiranos e opressores, deitais as vossas redes como Simão Bar-Jona; deitai-as nas sacristias, nos seminários e nos mosteiros em vez de as deitardes no fundo do mar; e, se não vos apressardes, prometemo-vos uma pescaria mais miraculosa que a dele. O pescador de peixes tornou-se pescador de homens; colocareis amigos à volta da Cadeira Apostólica. Tereis pregado uma revolução de tiara e de capa, marchando com a Cruz e o Estandarte; uma revolução que só precisará de ser um pouco instigada para incendiar os quatro cantos do mundo. 

II. A aliança entre a Maçonaria e o Comunismo.

Note-se que, ao combater por estes objetivos, os maçons eram camaradas de luta dos comunistas, que conspiravam com eles para derrubar a Igreja e o Estado. Como o Papa Leão XIII observou na "Humanum Genus" (1884), a sua encíclica monumental sobre a ameaça que representavam as sociedades maçônicas:

"Sim, esta mudança, esta subversão, é planeada deliberadamente e apresentada por muitas associações de comunistas e socialistas; e estas manobras a seita dos maçons não é hostil, mas, pelo contrário, favorece muito os seus desígnios, e partilha com elas as suas opiniões principais".

Como viemos a saber de numerosas testemunhas independentes, a infiltração comunista da Igreja começou cedo, na década de 1930. O próprio Lênin (fundador do Comunismo russo) declarou nos anos 20 que infiltraria a Igreja Católica, particularmente o Vaticano. A evidência histórica quanto a isto foi recentemente sumarizada no venerável periódico "Christian Order":

Douglas Hyde, ex-comunista e célebre convertido, revelou há muito tempo que nos anos 30 as chefias comunistas enviaram uma diretiva à escala mundial sobre a infiltração da Igreja Católica. E no início da década de 50, a Sra. Bella Dodd também deu informações pormenorizadas sobre a subversão comunista da Igreja. Falando como antiga funcionária de destaque do Partido Comunista Americano, a Sra. Dodd disse: "Nos anos 30 pusemos mil e cem homens no sacerdócio para destruir a Igreja a partir do seu interior". A ideia era que estes homens se ordenassem e subissem até ocupar posições de influência e autoridade como Monsenhores e Bispos. Uma dúzia de anos antes do Vaticano II, ela declarou o seguinte: "Neste momento estão nos cargos mais altos da Igreja" - onde estavam a trabalhar para conseguir mudanças que enfraquecessem a eficácia da Igreja na sua luta contra o Comunismo. Acrescentou que estas mudanças seriam tão drásticas que "não reconhecerão a Igreja Católica".

Como sublinhou a "Christian Order", a existência de uma conspiração comunista para infiltrar a Igreja foi abundantemente confirmada, não só pelos antigos comunistas Bella Dodd [2] e Douglas Hyde, mas também por desertores soviéticos:

O antigo oficial da KGB Anatoliy Golitsyn, que desertou em 1961 e em 1984 previu com 94% de precisão todos os espantosos acontecimentos ocorridos no Bloco Comunista desde aquela altura, confirmou há vários anos que esta "penetração da Igreja Católica, assim  como de outras igrejas, faz parte da 'linha geral' (isto é, da política imutável) do Partido na luta anti-religiosa". De fato, centenas de documentos passados para o Ocidente pelo antigo arquivista da KGB Vassili Mitrokhin, e publicados em 1999, dizem o mesmo sobre o facto de a KGB cultivar as relações mais cordiais com os católicos "progressistas" e financiar as suas atividades. Um dos órgãos esquerdistas identificados foi a pequena agência de imprensa católica italiana "Adista" que, ao longo de décadas, promoveu todas as causas ou "reformas" post-conciliares imagináveis, e cujo Diretor foi nomeado no "Arquivo Mitrokhin" como um agente assalariado da KGB [3].

A Sra. Dodd, que se converteu à Fé pouco antes de morrer, era assessora jurídica do Partido Comunista dos Estados Unidos. Prestou um depoimento volumoso sobre a infiltração comunista na Igreja e no Estado perante a Comissão Parlamentar de Atividades Anti-Americanas nos anos 50. Como se quisesse penitenciar-se pelo seu papel na subversão da Igreja, a Sra. Dodd fez uma série de conferências na Universidade Fordham e noutros locais durante os anos que precederam o Vaticano II. A "Christian Order" recorda o testemunho de um frade que assistiu a uma dessas conferências no início da década de 50:

Ouvi aquela mulher durante quatro horas e ela pôs-me os cabelos em pé. Tudo o que ela disse cumpriu-se à letra. Pensar-se-ia que ela era a maior profetisa do Mundo, mas ela não era profetisa. Estava apenas a expor, passo a passo, o plano de combate da subversão comunista da Igreja Católica. Ela explicou que, de todas as religiões do mundo, a Igreja Católica era a única temida pelos comunistas, porque era o seu único adversário eficaz. "A ideia geral era destruir, [1] não a Igreja como instituição, mas [2] antes a Fé do povo, e [3] usar mesmo a instituição da Igreja, se possível, para destruir a Fé por meio da promoção de uma pseudo-religião, qualquer coisa parecida com o Catolicismo mas que não era a autêntica doutrina". Logo que a Fé fosse destruída - explicou ela "introduzir-se-ia na Igreja um complexo de culpa". (...) Para classificar a "Igreja do passado" como opressiva, autoritária, cheia de preconceitos, arrogante ao afirmar-se como única possuidora da verdade (Discurso comprado também pelos ateus, evangélicos, pagãos, wiccanos, democratas ...), responsável pelas divisões das comunidades religiosas através dos séculos. Isto seria necessário para que os responsáveis da Igreja, envergonhados, adotassem uma "abertura ao mundo" e uma "atitude mais flexível para com todas as religiões e filosofias". Os comunistas explorariam então esta abertura para enfraquecer insidiosamente a Igreja. (Para tal, antes implementaram a "ditadura da tolerância" para que a Igreja e seus fiéis baixassem a guarda, não se defendessem.)

REFERÊNCIAS:

[1]. Os textos [I] e [I] foram extraídos do livro "O Derradeiro Combate do Demônio", compilado e editado pelo padre Paul Kramer. The Missionary Association: Buffalo, New York, 2003 (Edição impressa portuguesa). O texto [I] consta nas pp. 34-38 e o [II] nas pp. 43-44. Os destaques, as observações entre colchetes e as referências são minhas.
[2]. Sobre o testemunho de Bella Dodd, leia: "A exposição do Comunismo de Bella Dodd", Henry Makow. Trad. Bruno Braga [http://b-braga.blogspot.com.br/2012/06/exposicao-do-comunismo-de-bella-dodd.html]; "School of Darkness: Escola da Escuridão", Bruno Braga [http://b-braga.blogspot.com.br/2012/10/school-of-darkness-escola-da-escuridao.html].
[3]. Dos desertores soviéticos, o depoimento de Ion Mihai Pacepa é importantíssimo. O graduado oficial do serviço de inteligência da Romênia comunista mostra como a KGB criou a Teologia da Libertação para infiltrar-se dentro da Igreja Católica e instrumentalizá-la sobretudo na América Latina. Leia: PACEPA, Ion Mihai. "A KGB criou a Teologia da Libertação" [http://b-braga.blogspot.com.br/2015/01/a-kgb-criou-teologia-da-libertacao.html]. Tradução do Capítulo "Liberation Theology" (15), que é parte do livro "Disinformation": former spy chief reveals secret strategis for undermining freedom, attacking religion, and promoting terrorism" (WND Books: Washington, 2013); "As raízes secretas da teologia da libertação". Trad. Ricardo R. Hashimoto. Mídia Sem Máscara, 11 de maio de 2015 [http://www.midiasemmascara.org/artigos/desinformacao/15820-2015-05-11-05-32-01.html]; "A Cruzada religiosa do Kremlin". Trad. Bruno Braga [http://b-braga.blogspot.com.br/2013/04/a-cruzada-religiosa-do-kremlin.html]; "Ex-espião da União Soviética: Nós criamos a Teologia da Libertação", ACIDigital, 11 de Maio de 2015 [http://www.acidigital.com/noticias/ex-espiao-da-uniao-sovietica-nos-criamos-a-teologia-da-libertacao-28919/].

ARTIGOS RECOMENDADOS:

BRAGA, Bruno. "Para além das aparências" [http://b-braga.blogspot.com.br/2015/03/para-alem-das-aparencias.html].

Departamento de Estado dos Estados Unidos. Washington. D.C. "Ações ativas soviéticas: The Christian Peace Conference".  Trad. Bruno Braga. [http://b-braga.blogspot.com.br/2013/07/christian-peace-conference-disseminacao.html].

NORRIS, Brian. "Crítica do "Christian Peace Conference". Trad. Bruno Braga [http://b-braga.blogspot.com.br/2013/07/critica-do-christian-peace-conference.html].

Fonte: http://b-braga.blogspot.com.br/2016/05/a-alianca-entre-maconaria-e-o-comunismo.html

Leia também "O Anticristo marcha (1/3)":
http://desatracado.blogspot.com/2017/06/o-anticristo-marcha-13.html

"O Anticristo marcha (3/3)":
https://desatracado.blogspot.com.br/2017/06/o-anticristo-marcha-33.html

Abraços

O Anticristo marcha (1/3)

A KGB criou a Teologia da Libertação

Tradução do capítulo 15: "Liberation Theology", que é parte do livro "Disinformation: former spy chief reveals secret strategis for undermining freedom, attacking religion, and promoting terrorism" (WND Books: Washington, 2013) - escrito por Ion Mihai Pacepa e Ronald J. Rychlak.
Tradução de Bruno Braga.

       

Krushchev queria entrar para a história como o líder soviético que exportou o Comunismo para o continente americano. Em 1959, ele foi capaz de instalar os irmãos Castro em Havana, e logo o meu serviço de inteligência estrangeiro envolveu-se na ajuda dos novos governantes comunistas de Cuba para exportar a revolução por toda a América Latina (NT1). Não funcionou. Diferentemente da Europa, a América Latina daquele tempo não havia sido picada ainda pelo besouro marxista (Em 1967, Che Guevara, uma marionete de Castro, foi executado na Bolívia após falhar no plano de acender a guerrilha naquele país).

Nos anos 1950 e 1960, a maior parte dos latino-americanos era pobre, camponeses devotos que tinham aceitado o "status quo", e Krushchev estava certo de que eles poderiam ser convertidos ao Comunismo através de uma manipulação maliciosa da religião. Em 1968, a KGB foi capaz de dirigir um grupo de bispos esquerdistas sulamericanos na realização de uma conferência em Medellín, na Colômbia. Atendendo a uma requisição da KGB, meu DIE [NT2] forneceu assistência logística aos organizadores. O propósito oficial da conferência era ajudar a eliminar a pobreza na América Latina. O objetivo não declarado era legitimar o movimento religioso criado pela KGB apelidado "teologia da libertação", que tinha o propósito secreto de encorajar o pobre da América Latina a se rebelar contra a "violência da pobreza institucionalizada" gerada pelos Estados Unidos [1].

A KGB tinha uma inclinação por movimentos de "libertação". Organização para a "Libertação" da Palestina (OLP), o Exército de "Libertação" Nacional da Colômbia (ELN) [NT3], o Exército de "Libertação" Nacional da Bolívia foram apenas alguns dos movimentos de "libertação" nascidos da KGB. A Conferência de Medellín endossou a Teologia da Libertação e os delegados a recomendaram ao Conselho Mundial de Igrejas (CMI) [NT4] para aprovação oficial. O CMI, sediado em Genebra e representando a Igreja Ortodoxa Russa e outras pequenas denominações em mais de 120 países, já estava sob o controle do serviço de inteligência internacional soviético. Politicamente, hoje ainda permanece sob o controle do Kremlin por meio de muitos sacerdotes ortodoxos que são proeminentes no CMI e ao mesmo tempo agentes da inteligência russa. O padre Gleb Yakunin, dissidente russo que foi membro da "Duma" russa de 1990 a 1995, e que rapidamente teve acesso oficial aos arquivos da KGB, disponibilizou uma grande quantidade de informações através de relatórios clandestinos [NT5], identificando os padres ortodoxos que eram agentes e descrevendo a influência deles nas questões do CMI [2]. Por exemplo, em 1983, a KGB enviou 47 agentes para participarem da Assembléia Geral do CMI em Vancouver, e no ano seguinte a KGB creditou à utilização desses agentes no comitê de seleção do CMI para articular a eleição do homem certo para a Secretaria-Geral [3].

O Secretário-Geral do Conselho Mundial de Igrejas, Eugene Carson Blake - um ex-presidente do Conselho Nacional de Igrejas nos Estados Unidos - endossou a Teologia da Libertação e a tornou parte da agenda do CMI. Em Março de 1970 e Julho de 1971, os primeiros congressos católicos sul-americanos dedicados à Teologia da Libertação aconteceram em Bogotá.

O Papa João Paulo II, que havia experienciado o desastre comunista diretamente, denunciou a Teologia da Libertação na Conferência do Conselho Episcopal Latino-americano (CELAM), realizada em Puebla, México, em Janeiro de 1979: "Essa concepção de Cristo como figura política, um revolucionário, como o subversivo de Nazaré, não se coaduna com o catecismo da Igreja" [4]. Em quatro horas uma refutação do discurso do Papa - em vinte páginas - cobria o chão do evento. O Cardeal López Trujillo, organizador da Conferência, explicou que a refutação era produto de "uns 80 marxistas libertacionistas de fora da Conferência dos Bispos" [5]. Eu me lembro que o DIE romeno tinha sido prontamente parabenizado pela KGB por ter fornecido apoio logístico a esses libertacionistas.

Em 1985, o Conselho Mundial de Igrejas - comandado pela KGB - elegeu o seu primeiro Secretário-Geral, que era um marxista declarado: Emilio Castro. Ele tinha sido exilado do Uruguai por causa do seu extremismo político; porém, ele conduziu o CMI até 1992. Castro promoveu fortemente a criação da KGB - a Teologia da Libertação - que hoje está produzindo fortes raízes na Venezuela, na Bolívia, em Honduras e na Nicarágua. Nesses países, os camponeses têm apoiado os esforços dos ditadores marxistas Hugo Chávez, Evo Morales, Manuel Zelaya (agora exilado na Costa Rica) e Daniel Ortega, para transformar os seus países em ditaduras policiais de tipo KGB. Em Setembro de 2008, Venezuela e Bolívia expulsaram - na mesma semana - os embaixadores dos Estados Unidos e apelaram à proteção militar russa.

Embarcações militares e bombardeiros russos estão de volta a Cuba - pela primeira vez desde a crise cubana dos mísseis, em 1962 - e também à Venezuela. O Brasil, a décima maior economia do mundo, entrou também para o grupo do Kremlin com o seu presidente marxista, Lula da Silva. Em 2011, Lula foi sucedido por uma ex-guerrilheira marxista, Dilma Rousseff. No mesmo ano, o recém-eleito Presidente do Peru, Ollanta Humala, correu até Buenos Aires para buscar inspiração na Presidente guerrilheira-marxista do Brasil. Com a inclusão da Argentina, onde a atual Presidente, Cristina Fernández de Kirchner, também está levando o país para o grupo Marxista, o mapa da América Latina aparece, sobretudo, em vermelho. (Convém lembrar que Aloysio Nunes - guerrilheiro junto com Dilma - e FHC também participavam desses grupos marxistas esquerdistas ateus)

Há poucos anos, uma versão negra da Teologia da Libertação começou a crescer entre algumas igrejas radicais-esquerdistas negras nos Estados Unidos. Os teólogos da libertação negra, James Cone, Cornel West, e Dwight Hopkins, declararam explicitamente a preferência pelo Marxismo, porque o pensamento marxista é baseado em um sistema da classe opressora (brancos) (mais heteros e cristãos) contra a classe oprimida (negros) (a lista dos oprimidos não cessa em crescer, e a sociedade/povo/país cada vez mais dividido e se odiando, ordo ab chao), e para o qual se vê apenas uma solução: a destruição do inimigo. James Cone explica:

"A teologia negra aceitará somente o amor de Deus que participa da destruição do inimigo branco. O que nós precisamos é do amor divino tal como é expresso no Black Power, que é a força do povo negro para destruir aqui e agora e por quaisquer meios os seus opressores. Se Deus não participar desse trabalho sagrado, nós devemos rejeitar o seu amor" [6].

A Trinity United Church of Christ - predominantemente negra - é parte desse novo movimento. Seu pastor, o Reverendo Jeremiah Wright, que em 2008 tornou-se conselheiro religioso da campanha presidencial do Senador Barack Obama, ficou famoso, não por gritar "Deus abençoe a América", mas "Deus condene a América!". A campanha presidencial do Senador Barack Obama desculpou-se pela língua solta do Reverendo Wright. No entanto, até Junho de 2011, o mesmo Reverendo Wright estava percorrendo os Estados Unidos para pregar, em igrejas negras abarrotadas, que "o Estado de Israel é ilegal, genocida", e que "equiparar o Judaísmo ao Estado de Israel é equiparar o Cristianismo a Flavor Flav [rapper]" [7].

Obama, claro, estava então na Casa Branca.
______________________________________________


Nos anos 60, Che Guevara tornou-se uma espécie de ícone para o movimento da Teologia da Libertação. Naquele tempo, a popularidade do Kremlin estava muito baixa. A repressão brutal dos soviéticos contra a insurreição húngara de 1956 e a instigação que eles promoveram na crise dos mísseis em Cuba, em 1962, causou repugnância no mundo, e todo governante do bloco soviético tentou livrar a cara à sua própria maneira. Krushchev substituiu a "imutável" teoria marxista-leninista da revolução proletária mundial pela política de coexistência pacífica, fingindo ser um defensor da paz. Alexander Dubcek apostou em um "socialismo com um rosto humano", e Gomulka em "deixar a Polônia ser Polônia". Ceausescu anunciou sua independência de Moscou e se apresentou como um "maverick" entre líderes comunistas.

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A Cuba dos irmãos Castro, que temia qualquer tipo de libertação, decidiu que seria mais simples revestir o seu comunismo com uma romântica fachada revolucionária. Eles escolheram Che como garoto-propaganda porque ele já tinha sido executado na Bolívia - país aliado dos Estados Unidos; depois de fracassar na tentativa de incendiar a guerrilha, ele poderia ser pintado como mártir do imperialismo americano. A KGB imediatamente ofereceu apoio. O DIE romeno, que naquela época gozava de relações estreitas com seu congênere cubano, o DGI, recebeu ordens para também dar uma mão, e me colocou diretamente no projeto [8].

A "Operação Che" foi lançada com o livro "Revolução na Revolução" [NT6], uma cartilha para insurreições de guerrilha comunista e que elevava Che aos céus. O autor, o terrorista francês Régis Debray, foi um agente da KGB altamente conceituado [9]. Em 1970, os irmãos Castro aceleraram a santificação de Che. Alberto Korda, um oficial do serviço de inteligência de Cuba que trabalhava disfarçado como fotógrafo no jornal cubano "Revolución", produziu uma foto romantizada de Che. O agora famoso Che, com cabelo longo e cacheado, vestindo uma boina revolucionária com uma estrela, e olhando diretamente nos olhos do observador, inundou o mundo desde então [10].

A foto de Che tornou-se o logotipo do épico filme de Steven Soderbergh - "Che", lançado em 2009, com 4 horas de duração e em língua espanhola - que retrata um sádico assassino que dedicou sua vida para colocar a América Latina no grupo do Kremlin como um "verdadeiro revolucionário sob a perspectiva do seu martírio".

Até o dramaturgo que recebeu os créditos por escrever a peça que difamou o Papa Pio XII - "The Deputy" - foi recrutado para o esforço de promover Che. A revista "Time" publicou em Outubro de 1970: "Atualmente, Che aparece toda tarde em uma nova peça, 'The Guerrillas', do dramaturgo alemão Rolf Hochhuth". Na peça, "um jovem senador nova-iorquino, que também é líder de um movimento clandestino americano estilo-Che, pede a Guevara que ele abandone sua batalha na Bolívia. Che se recusa. 'Minha morte aqui - em um juízo calculado - é a única vitória possível', diz ele. 'E devo deixar uma marca'" [12]. Além de promover os interesses da KGB, a peça também acusou os Estados Unidos de ser um assassino político e racista.

A KGB também contribuiu para fantasiar um diário que Che manteve durante os seus anos como estudante e transformá-lo em um livro-propaganda, "Das Kapital Meets Easy Rider", depois renomeado "Diários de Motocicleta" [NT7]. Hoje Che é um ícone do movimento da Teologia da Libertação e da Teologia da Libertação negra.

Durante o período da eleição presidencial de 2008, a emissora Fox de Houston transmitiu um vídeo dos voluntários em um escritório da campanha Obama naquela cidade. As paredes estavam enfeitadas com uma grande foto de Che sobreposta a uma bandeira cubana [13]. Obama seguiu por quase vinte anos a igreja da teologia da libertação negra do Reverendo Wright em Chicago.

Raúl Castro uma vez se vangloriou dizendo para mim: "Che é o nosso maior sucesso público".

NOTAS: 

[1] Cf. Koehler, 26.
[2] Gleb Yakunin, "Wikipedia", [http://en.wikipedia.org/wiki/Gleb_Yakunin].
[3] Keith Armes. "Chekists in Cassocks: The Orthodox Church an the KGB".[http://www.spiritoftruth.org/orthodoxchurch.pdf].
[4] "Reaction within the Catholic Church" [http://en.wikipedia.org/wiki/Liberation_theology].
[5] Ibid.
[6] James H. Cone, "A Black Theology of Liberation" (New York: Orbis Books, 1990), pág. 27.
[7] Marta H. Mossburg, "Reverend Wright brings his anti-American crusade to Baltimore", The Baltimore Sun, 21 de junho de 2011 (Edição online).
[8] Cf. Humberto Fontova, "Fidel: Hollywood´s Favorite Tyrant" (Regnery Publishing, Inc. 2005).
[9] Debray inicialmente lecionou na Universidade de Havana, na Cuba dos Castro. Depois tornou-se assessor do Presidente socialista francês François Mitterrand. Debray dedicou sua vida a exportar o Comunismo estilo-cubano pela América Latina, mas em 1967 uma unidade das forças especiais bolivianas - treinada pelos Estados Unidos - o capturou junto com todo o bando guerrilheiro de Che. Che foi condenado à morte e executado por terrorismo e assassinato em massa. Debray foi condenado a 30 anos de prisão, mas foi solto depois de três anos após a intervenção do filósofo francês Jean Paul Sartre. Em fevereiro de 2003, Debray publicou "The French Lesson" no New York Times (que o descreveu como "ex-assessor do Presidente François Mitterrand", mas omitiu o fato de que ele passou anos na cadeia por terrorismo). Régis Debray, "The French Lesson", New York Times, 23 de fevereiro de 2003 (Edição online).
[10] A foto de Che foi originalmente lançada no mundo por um agente da KGB disfarçado de escritor - I. Lavretsky, livro "Ernesto Che Guevara", editado pela KGB. I. Lavretsky, "Ernesto Che Guevara" (Moscow: Progress Publishers, 1976). A KGB deu à foto o título de "Guerrillero Heroico" e a espalhou pela América do Sul - área de influência de Cuba. Giangiacomo Feltrinelli, um milionário editor italiano, e comunista romanticamente envolvido com a KGB, inundou o resto do mundo com a foto de Che em posters e camisas. De um dia para o outro o terrorista Che tornou-se um ídolo esquerdista internacional. Feltrinelli virou terrorista, e morreu enquanto plantava uma bomba nos arredores de Milão, em 1972.
[11] A. O. Scott, "Saluting the Rebel Underneath the T-Shirt", New York Times, 12 de dezembro de 2008; Humberto Fontova, "Fidel: Hollywood´s Favorite Tyrant" (Regnery Publishing, Inc. 2005).
[12] "World: Che: A Myth Embalmed in a Matrix of Ignorance", Time, 12 de outubro de 1970.
[13] Humberto Fontova, "Che Guevara and the Obama Campaign", Human Events, 18 de fevereiro de 2008 [http://www.humanevents.com/2008/02/18/che-guevara-and-the-obama-campaign/].

NOTAS DO TRADUTOR: 

[NT1] Pacepa foi general da "Securitate" - a polícia secreta da Romênia comunista.
[NT2] Serviço de Inteligência Internacional da Romênia.
[NT3] No texto original a sigla entre parênteses é "FARC".
[NT4] World Council of Chuches (WCC)
[NT5] " 'samizdat' reports".
[NT6] "Revolution in Revolution".
[NT7] "The Motorcycle Diary".

Fonte: http://b-braga.blogspot.com.br/2015/01/a-kgb-criou-teologia-da-libertacao.html

Leia também "O Anticristo marcha (2/3)":
https://desatracado.blogspot.com.br/2017/06/o-anticristo-marcha-23.html

"O Anticristo marcha (3/3)":
https://desatracado.blogspot.com.br/2017/06/o-anticristo-marcha-33.html

Abraços

domingo, 25 de junho de 2017

Relativismo moral = decadência dos povos

SIR JOHN BAGOT GLUBB, o “Glubb Paxá”


A melhor forma de descrever Sir John Glubb é como “Lawrence da Arábia – só que mais esperto”.

John Bagot Glubb nasceu em 1897, seu pai sendo um oficial regular dos Engenheiros Reais [do Exército Inglês].

Ele entrou na Academia Militar Real em Woolwich em setembro de 1914, e serviu junto aos Engenheiros Reais em abril de 1915. Em 1920 ele se voluntariou para servir no Iraque, mas em 1926 renunciou à sua posição e foi aceito num posto administrativo do governo iraquiano.

Em 1930, porém, ele assinou um contrato para servir no Governo Transjordaniano (atualmente a Jordânia). De 1939 até 1956 ele comandou a famosa Legião Árabe da Jordânia, que na verdade era o próprio exército jordaniano. Ele transformou essa força local no mais eficiente exército árabe da região. Apesar disso, ele acabou renunciando ao cargo quando a Jordânia se tornou independente da Inglaterra.

Após se aposentar, publicou 17 livros, a maioria sobre o Oriente Médio, e deu várias palestras na Inglaterra, EUA e Europa.

Ele faleceu em 1986, em Mayfield, Inglaterra.

O Ensaio

No seu ensaio, John Glubb chegou à conclusão que todos os Impérios – todos, independente de sua tecnologia militar, religião, valores, comunicações ou meio de transporte – passa por seis fases:

1) Erupção – um povo nas margens de um antigo Império, normalmente morto de fome, com poucas armas ou meios, de repente emerge e conquista o Império anterior. Esse povo é marcado por seu empreendedorismo, força de vontade, dureza, e, sobretudo, agressividade. Por não serem limitados por nenhuma educação formal, regras ou tradições, eles estão sempre dispostos a improvisar para chegar ao seu objetivo final: a vitória sobre o antigo império.

2) Era das Conquistas – após adotar os recursos do antigo império (sejam eles tecnologias  ou recursos materiais) o novo Império se expande, conquistando mais e mais territórios. Parece não haver limite para suas conquistas e vitórias. Eles próprios se sentem superiores aos outros povos, achando que seu sucesso é algo divino ou inerente a eles. A educação dos jovens é duríssima, disposta a transformar todos os garotos em futuros guerreiros para a nação – ou, como diríamos hoje, forçar todos, se não em espírito, pelo menos em capacidade física, a se tornarem "machos alfas".

3) Era do Comércio – agora o Império já está solidificado. Pouco a pouco, o foco dos mais jovens deixa de ser “honra e glória” para se tornar “ouro e lucro”. Ainda existe muito da antiga energia inicial dos fundadores para proteger o Império de qualquer outro povo que resolva se levantar, mas percebe-se que a educação e os objetivos saíram de “servir à Nação” para “servir o meu bolso”. A iniciativa e empreendedorismo deixam de ser bélicos, e se tornam mercantis.

4) Era da Abundância – essa fase representa o apogeu dessa sociedade. As riquezas do mundo parecem afluir a eles sem o menor esforço. Os mais ricos se veem com um problema: o que fazer com tanto dinheiro?

É aqui que, de fato, começa a ocorrer uma mudança na mentalidade desse povo:

a educação deixa de ser tão pesada como era. Procura-se formar burocratas, comerciantes e executivos para os postos mais lucrativos, não mais soldados ou guerreiros.

como existe mais dinheiro que coragem, procura-se comprar seus inimigos no lugar de lutar contra eles. Essa Era pode ser marcada pela entrada dos povos submetidos como soldados do Império.

o uso da guerra para defender a nação é considerado “imoral e primitivo”; “não é que nós tenhamos medo de lutar, mas sim, nós somos civilizados demais para lutar” é o pensamento dominante.

imigrantes de toda a parte do Império afluem para as suas maiores cidades, em busca de riqueza e de uma vida melhor, de certa forma “diluindo” a mentalidade original que formou o Império.

O autor nos diz que, por mais lealdade que tais imigrantes tenham ao Império, eles nunca estarão tão dispostos a colocar suas vidas e sua riqueza na reta para defendê-lo. Sem falar que sua presença acaba influenciando nas decisões dos líderes do império.

um “monumento” que marca essa Era é o Muro – para evitar o ataque de bárbaros, ou, como é atualmente, a entrada de estrangeiros ilegais. A nação saiu do ataque para a defesa, se tornou passiva.

5) Era do Intelectualismo – o começo do Fim

“Os barões da indústria e do comércio procuram fama e admiração, não somente ao se tornarem mecenas de obras de arte, música ou literatura. Eles também fundam e doam dinheiro para faculdades e universidades.

(…)

A ambição dos jovens, antes dedicada à obtenção de aventura e glória militar, e que depois se dirigiu para o acúmulo de riquezas, agora se volta para a aquisição de honras acadêmicas.”

Tem-se a impressão de que o Intelecto pode resolver todos os problemas – porém, quando chega a hora de agir, a nação e os diversos partidos e ideologias se envolvem numa discussão sem fim, e nada é feito. Visto de fora, o Império parece viver numa Era Dourada.

– mas, por dentro, ele está apodrecido.

6) Era da Decadência – o Império, quando está pronto para cair, é marcado por:

– Pessimismo.

– Materialismo.

– Frivolidade: o ídolo das multidões não é mais o general, o herói ou o santo: é o músico, o ator, ou o atleta.

– Relaxamento dos costumes e perda da moral: uma linguagem e comportamento mais chulo, normalmente divulgado pelos cantores “pop” de cada época, se torna comum entre o povo.

– a criação de um Estado de bem-estar social (ou assistencialista).

– generosidade para com todos os povos (distribuição de cidadania, criação de universidades e hospitais públicos por todo o Império etc).

– o surgimento de alguma forma de feminismo. ("O aspecto do seu rosto testifica contra eles; e publicam os seus pecados, como Sodoma; não os dissimulam. Ai da sua alma! Porque fazem mal a si mesmos. Dizei ao justo que bem lhe irá; porque comerão do fruto das suas obras. Ai do ímpio! Mal lhe irá; porque se lhe fará o que as suas mãos fizeram. Os opressores do meu povo são crianças, e mulheres dominam sobre ele [*]; ah, povo meu! Os que te guiam te enganam, e destroem o caminho das tuas veredas." Isaías 3:9-12)

Nessa fase, é somente questão de tempo para que alguma nova raça surja e arrebata as riquezas, território, e cultura do antigo Império.

Essa é a fase em que estamos (mesmo que não estejamos no centro do “Império”).
________________________________________

Um exemplo: O Império Árabe

Vale a pena reproduzir a análise do autor sobre a fase da Decadência do Império Árabe, 11 séculos atrás:

“Na primeira metade do século IX, Bagdá desfrutou do seu apogeu como a maior e mais rica cidade do mundo. (…)

Os trabalhos dos historiadores daquela época ainda estão disponíveis. Eles deploravam profundamente a degeneração dos tempos em que viveram, enfatizando principalmente a indiferença em relação à religião, o materialismo crescente e a frouxidão da moral.

Também lamentaram a corrupção dos oficiais do governo, e o fato de que os políticos pareciam sempre acumular grandes fortunas quando estavam no poder.

Eles comentaram amargamente sobre a extraordinária influência que os cantores populares tinham sobre as massas, principalmente as mais jovens, o que levou a um declínio moral.

Os cantores ‘pop’ de Bagdá daquela época acompanhavam suas canções eróticas com o alaúde, um instrumento que lembra o moderno violão. Na segunda metade do século X, como resultado, muita linguagem sexual e obscena se tornou de uso comum, tal que não seria tolerada tempos atrás. Muitos califas assinaram ordens banindo esses cantores ‘pop’, mas poucos anos depois eles retornavam.

Um aumento na influência das mulheres nos negócios públicos também é associado com o declínio da nação. (…) No século X, uma tendência parecida foi observada no Império Árabe, com mulheres exigindo admissão em profissões antes reservadas somente aos homens. Ibn Bessam, um dos historiadores daquela época, escreveu: “O que as profissões de escriturário, coletor de taxas ou pregador têm a ver com as mulheres? Tais ocupações foram sempre limitadas aos homens.” Muitas mulheres estudaram as leis, enquanto outras conseguiram postos de professoras universitárias.

Logo após esse período, o governo e a ordem pública entraram em colapso, e invasores estrangeiros tomaram o país. O aumento na violência e confusão tornou perigoso para as mulheres andarem desacompanhadas na rua, o que levou esse movimento ao colapso. (…) Quando eu li essa descrição da Bagdá do século X, eu mal podia acreditar nos meus olhos.

Disse pra mim mesmo: “só pode ser uma piada!” Essa descrição podia ter saído do Times [jornal inglês] de hoje. A semelhança nos detalhes era especialmente inacreditável – o declínio do Império, o abandono da moral, cantores ‘pop’ com seus alaúdes (ou guitarras), a invasão das mulheres no mercado de trabalho, a semana de cinco dias úteis.” 

Preciso comentar algo mais?

Assim, John Glubb calculou o ciclo de vida dos impérios em aproximadamente 250 anos, ou dez gerações, como o gráfico abaixo mostra:



Outro detalhe: ele mostrou que a queda dos Impérios varia imensamente, dependendo das forças externas a ele, dos grupos de pressão a volta de Império.

Alguns continuaram existindo após o final do seu ciclo de vida, mas em estado quase permanente de guerra civil e arruaça (como o Romano do Ocidente); e outros, simplesmente tiveram uma troca de cadeiras de um mestre para o outro, como o Império Mameluco do Egito.

Minha impressão é de que o Império Norte-Americano acabará devido à estagnação econômica e financeira, se mantendo como nação soberana, mas perdendo gradualmente sua influência e poder no mundo. Um final triste, digno de um doente terminal, por décadas vivendo em estado vegetativo.

Existem vários pontos nesse estudo de Glubb Paxá que podem nos ajudar, principalmente a entender os tempos atuais, e nos prepararmos para sobreviver à inevitável queda do Império dos EUA.

Vejo três pontos principais:

1) A ERA DA DECADÊNCIA É GLOBAL

Nem preciso mais bater nesse ponto – todos nós sabemos que estamos numa fase de decadência. A grande diferença em relação a todos os impérios do passado é que essa decadência é GLOBAL.

A grande sabedoria do Império Norte-Americano foi, após ter estabelecido suas fronteiras, ter percebido a futilidade de ter domínios ultramarinos. No lugar de buscar subjugar todos os povos do mundo, ele simplesmente moveu as peças nas diversas nações para que seus líderes fossem favoráveis a ele sem o necessário desgaste de uma ocupação armada. O Plano Marshall foi mais eficiente para tornar a Europa pró-EUA e capitalista que qualquer divisão do General Patton.

Fora a Europa Ocidental, os grandes aliados/adversários amigáveis dos EUA são:

– a Coreia do Sul
– o Japão

Porém, tirando a Coreia do Sul, todos esses outros países estão passando por crises:

– a Europa Ocidental passa por uma crise financeira iniciada nos EUA, mas longe de acabar;

– o Japão se dirige a um “harakiri populacional”, com menos e menos jovens dispostos a pagar o “preço” para se casarem com uma mulher japonesa; e, ao mesmo tempo não sabendo desarmar o extremo preconceito contra o estabelecimento de estrangeiros, mesmo que da mesma etnia que eles. Prevê-se que, no próximo século, o número de japoneses irá cair pela metade, e em 1.000 anos, se extingüirá a raça japonesa.



Gráfico da Univ. de Tohoku mostrando o número de nascimentos no Japão nos próximos 1.000 anos.

Ou seja, quase todas as nações que desfrutaram diretamente da prosperidade do império norte-americano se encontram envolvidas em problemas econômicos e populacionais os quais não conseguem solucionar.

Um detalhe que esqueci de colocar no texto é: se seguirmos a regra dos 250 anos do autor, e contarmos o início do Império Americano como sendo o ano 1776 (ano da Independência dos EUA), chegaremos ao último ano como: 1776 + 250 = 2026.

2) O FEMINISMO É CONSEQUÊNCIA, NÃO CAUSA DA DECADÊNCIA

Como mostrado por sir John Glubb, o feminismo somente surge na fase final da vida de um Império, quando os seus cidadãos se encontram fracos demais para se opor a ele. É quase como se, devido à fraqueza dos homens nativos desse país, as mulheres resolvessem ocupar o espaço – uma última tentativa desesperada de colocar ordem no barco antes do colapso final. (Feminismo é agravante e não uma tentativa de salvação)

Em todos os exemplos do passado, quando um povo se tornava fraco demais para defender o próprio território, outro povo mais viril e duro se erguia e tomava tudo – impondo seus costumes e leis ao antigo Império.

Num Império globalizado, quais são os povos com força e vontade, e principalmente virilidade, para tomarem o lugar da nação decadente?

Permitam-me um exercício de futurologia (Parece que o autor do exercício ignora os personagens nos bastidores da História, como se tudo acontecesse ao acaso):

Na Europa

– a Rússia: enquanto ela continuar nas mãos de um governante forte, e o povo russo não perder as suas características de auto-sacrifício, senso do dever e perseverança, ela poderá ser a nova Senhora da Europa.

Não acreditem nesses relatos que dizem que a Rússia está totalmente marginizada; isso só aconteceu nos grandes centros ocidentalizados, como Moscou e São Petersburgo.

– o Islã: já estamos cheios de ler relatos sobre jovens muçulmanos tentando implementar a sharia em seus bairros, na Europa. De como o número de estupros na Suécia aumenta – sempre envolvendo imigrantes que não se adequam, e nem querem se adequar, à cultura do país que os recebeu.

Altas taxas de natalidade, mais subsídios do governo, mais crise econômica e falta de empregos, e ainda mais uma cultura impermeável às influências externas, resulta numa bomba-relógio pronta para explodir. E os europeus ignoram o problema… Quanto tempo até a situação sair finalmente do controle?

Na Ásia: 

– a China: Preciso explicar alguma coisa?

Fora essas nações, ainda temos, como potências regionais, a Índia, a África do Sul e nós mesmos, na América Latina. Cada um desses países poderá mudar sua “lealdade” a uma das novas superpotências que surgirão dependendo dos seus objetivos no futuro.

De qualquer forma, seria muito bom se os europeus e norte-americanos se preparassem para o futuro que os ameaça… da mesma forma que nós devemos nos preparar.

3) TEMOS QUE REUNIR AS MELHORES CARACTERÍSTICAS DE CADA ERA SE QUISERMOS SOBREVIVER E PROSPERAR

No seu ensaio, John Glubb fala: “O sentimento de dever e de iniciativa não poderiam ser cultivados em paralelo com o desenvolvimento intelectual e as descobertas da ciência?”

Nós sabemos muito bem que, como uma sociedade, trazer de volta os “bons e velhos tempos” é impossível. Fazer com que a educação da garotada seja novamente rígida, que a moral e os costumes voltem aos anos 50 é inadmissível para a maioria das pessoas – principalmente na sede do Império.

Depois de algumas décadas de liberdade que virou libertinagem, alguém realmente acredita que a sociedade, como um todo, aceitará esse “retrocesso”? Se algum dos confrades acredita nisso, tenho péssimas notícias…

Resta somente a nós atingirmos esse ideal que Glubb sustenta ser a saída para os impérios decadentes. E, de certa forma, eu sinto que vários confrades já fazem isso:

– manter a honra pessoal e o senso de dever para com suas famílias e amigos;

– buscar o desenvolvimento pessoal em vários campos: físico, intelectual, talvez até no religioso;

– muitos de nós são empreendedores ou buscam a saída mais pragmática e segura para esses tempos de decadência e insegurança econômica. Mas, independente do caminho escolhido – conseguir a independência financeira e a prosperidade.

“A decadência é da sociedade, não do indivíduo” (começa no indivíduo e se replica). Ele relata sobre cidadãos do Império que, emigrando para outros países, logo fugiram do sentimento de derrota e pessimismo de suas nações, e se tornaram iguais ou melhores do que os nativos.

A diferença é que, como o Império é globalizado, é de pouco efeito trocarmos um país por outro; com exceção dos poucos que ainda mantém uma atitude viril (Rússia, China e o Islã) para onde formos encontraremos os mesmos problemas, em graus variados. Sem falar que os três países citados possuem uma cultura muitíssimo diferente da nossa…

O jeito, enquanto o Império não decai completamente, é mantermos nosso comprometimento conosco e com nossos ideais. Aumentarmos nossas vitórias em todos os campos do nosso desenvolvimento pessoal: o físico, o econômico, o intelectual e o de caráter. E assim evitarmos que o pessimismo e a decadência que tomará conta da sociedade se reflita em nós mesmos.

E por que não seríamos vitoriosos? Afinal, se a decadência está globalizada e internacionalizada, a resistência a ela também está.

Fontes: https://naturezafeminina.files.wordpress.com/2017/06/guerra-method.pdf, págs. 199 até 204, e http://refletren.blogspot.com.br/2015/11/o-destino-dos-imperios.html

[*] "Desde o século passado, o crescimento sem precedentes no orçamento dos governos ocidentais mudou radicalmente a dinâmica de gênero. Essa expansão do governo foi causada pelo direito de voto das mulheres e pelos padrões de votação subsequentes das mulheres. A resultante multiplicação dos serviços públicos substituiu progressivamente o papel tradicional dos homens, que aliviou a complementaridade e a interdependência entre homens e mulheres a nível individual. No entanto, os homens são, como um grupo, os únicos fornecedores de dinheiro dos impostos." Continue lendo: 
https://nkilsdonkgervais.wordpress.com/2017/05/04/when-men-pay-taxes-women-become-promiscuous/

O esquema:  existe a atual sociedade (tese) que é confrontada com o relativismo da moral, dos fatos, dos valores e da verdade (antítese); nesse embate surge uma nova mentalidade (nova não é sinônimo de melhor), nova visão das mesmas coisas, gerando uma nova ou outra sociedade (síntese). Ordo ab chao.

Não existe civilização sem base na verdade. E o relativismo (da moral, da verdade ...), é o primeiro passo para a degeneração, decadência e queda de indivíduos, de povos, nações ou impérios.  

         Resultado de imagem para "The Fate of Empires and Search for Survival"
PDF do livro "The Fate of Empires and Search for Survival" ("O Destino dos Impérios e a Busca pela Sobrevivência") por Sir John Bagot Glubb:
https://www.docdroid.net/5CdrehR/the-fate-of-empires-by-sir-john-glubb.pdf ou
http://www.maximusveritas.com/wp-content/uploads/2016/12/glubb.pdf

“A decadência é uma doença moral e espiritual, resultante de um período muito longo de riqueza e poder, produzindo cinismo, religião em declínio, pessimismo e frivolidade. Os cidadãos de tal nação não farão mais um esforço para se salvar, porque não estão convencidos de que vale a pena salvar alguma coisa na vida.”
Sir John Bagot Glubb, in “The Fate of Empires and Search for Survival”

Abraços

terça-feira, 20 de junho de 2017

Alhos versus bugalhos

Duplafala: um dicionário cabalista

        

por Henry Makow Ph.D.

Linguagem política não é somente designada para criar mentiras que soam verdadeiras, mas para criar uma falsa nova realidade baseada na doentia agenda oculta e política cabalista.

O mal-estar humano é devido ao fato que os banqueiros cabalistas desejam depor Deus.

Na prática, isso significa que a realidade deve ser revolucionada. Eles, e não Deus (Realidade), definem "Verdade". Eles definem-na em termos de suas perversões e megalomania. Como Otto Kahn admite abaixo, eles estão usando o povo judeu como instrumento para impor uma servidão permanente à espécie humana.

"Devemos purificar a idéia [de Deus], identificando-o com a nação de Israel, que se torna seu próprio Messias. O advento dele será facilitado pelo triunfo final de Israel ..." (Otto Kahn). Em outras palavras, a liderança judaica, os banqueiros cabalistas, são Deus, e judeus (e franco-maçons) seus instrumentos.

Um sistema que revoluciona a realidade é satânico. Mentiras são aceitas como verdade; mal é bom; doença é saúde; feio é belo e anti-natural é natural. Judaísmo cabalista é um culto satânico que defende todas essas coisas. Judiaria organizada e franco-maçonaria são seus instrumentos.

Como a humanidade é induzida à irrealidade, a própria linguagem inevitavelmente é invertida e se torna uma parte dessa opressão.

Abaixo, eu darei alguns exemplos do dicionário cabalista deturpado:

1. Um "Terrorista" é qualquer um que não tenha uma força aérea. Terroristas que são treinados e financiados pelos cabalistas não são terroristas, mas "insurgentes". Palestinos que atiram foguetes e matam 1 a 2 israelenses são "terroristas". Eles têm "túneis do terror" embora nenhum ataque de terror tenha emanado deles. Israelenses, que em 2014 usaram aviões, mísseis e bombas para matarem mais de 2.000 civis, incluindo 500 crianças e demolem edifícios não são "terroristas". Eles estão "se defendendo".

Quando a Al Queda supostamente atacou o World Trade Center, eles são "terroristas". Quando eles derrubaram a Síria de Assad, eles são "insurgentes".

2. "Ódio" e "discurso de ódio" é qualquer resistência ao plano de ódio em combustão de desumanizar e escravizar a espécie humana. O Talmud que trata não-judeus como animais destinados a servirem os judeus é o ódio verdadeiro, mas nunca reconhecido como tal. Ao invés disso, eles invertem a realidade e simulam que resistir a sua agenda talmúdica seja isso "ódio".

3. "Antissemitismo" é supostamente um preconceito racial. Porém, banqueiros judeus admitem usar os judeus para substituir Deus, abolir todas as demais raças, nações e religiões, e estabelecerem uma distribuição satânica na terra. Usar judeus em seu modo é o verdadeiro "antissemitismo".  A palavra-talismã cabalista "antissemitismo" é na realidade resistência a esse ataque sobre Deus e o homem.

4. "Homofobia" é na realidade resistência ao ataque judaico-cabalista sobre identidade sexual à guisa de "direitos gays". O ódio real é heterofobia, o ataque sobre instituições heterossexuais como casamento e família.  Há quatro milhões de links para "homofobia" no Google, 25 vezes mais do que para "heterofobia" (160.000). Heterofobia é raramente reconhecida como uma palavra, um exemplo de como a linguagem é manipulada para transformar a sociedade.

5. "Racismo" supostamente é a hostilidade para com outras raças. Em verdade, quando eles não alegam ser superior, os assim chamados "racistas" são os melhores amigos de outras raças, porque gostam de outras raças e não querem que elas desapareçam. Eles celebram diferenças e reconhecem que a humanidade é uma família. Obviamente, ninguém deveria ser esperado fortificar sua herança racial e cultural para satisfazer a doentia agenda Sionista. "Anti-racistas" favorecem miscigenação de forma que todas as raças menos os judeus israelenses desapareçam.

6. "Sexismo" é supostamente a hostilidade às mulheres. Na realidade, sexismo é heterossexualidade. Por reconhecerem as diferenças entre os sexos, sexistas são os melhores amigos da mulheres. Similarmente, "feminismo" simula lutar pelas mulheres, enquanto negam sua feminilidade, encorajando o lesbianismo e privando-as de seu papel social especial de mãe e esposa. Rejeitar o "sexismo" é odiar as mulheres, negar suas diferenças sexuais inerentes e defender as mulheres a comportarem-se feito homens.

7. "Diversidade" alega celebrar todas as diferenças étnicas e sexuais. Na realidade, é voltado a conter a genuína diversidade, erradicando a influência da cultura (heterossexual) cristã européia.

8. "Isolacionista" é alguém que se opõe em usar os recursos de seu país e jovens para promover a agenda imperialista satânica dos banqueiros. "Lutar pela liberdade" é na realidade lutar pela escravidão (despendendo os recursos nacionais travando guerras forjadas para enriquecer banqueiros e matar goyim).

9. "Direitos humanos" são privilégios conferidos a pessoas que podem ser usados para privar outras pessoas de seus direitos humanos. "Direitos gays", por exemplo, são usados para minar a identidade heterossexual e da família de 98% da população, convencendo-os que doença é saúde e anti-natural é natural.

10. Ato "Patriótico". O nome usa a operação de bandeira falsa cabalista do 11 de setembro para destruir direitos humanos e justificar guerra e vigilância constante. É o "Ato de Traição". Verdadeiramente, entramos numa orwelliana era da duplafala.

Cabalistas são, na realidade, criadores. Eles criam realidade através de seu domínio no sistema educacional e nas mídias de massa. Naturalmente, eles se utilizam da linguagem para inverter a realidade e difamar seus oponentes. Em suas mãos, a linguagem é nossa inimiga.

Vamos aproveitar essas palavras-talismãs e dizermos: sou orgulhoso de ser um "antissemita, homofóbico, sexista e racista" porque isso significa que estou resistindo à tirania e defendendo minha identidade. Eu quero diversidade real, direitos humanos e patriotismo, não duplafala.

O único "ódio" e "terror" reais originam-se dos cabalistas que odeiam tanto o homem quanto Deus.

Eu saúdo suas sugestões para o dicionário cabalista.

Os únicos "ódio" e "terror" reais são originários dos Illuminati que odeiam Deus e o homem.

Nota: aqui estão mais 8 palavras-chave Illuminati.

"Conspiração": de acordo com a mídia Illuminati, "conspiração" denota o conceito absurdo de que algumas pessoas possam alvejar outros sem anunciar o fato ou fornecer aviso prévio à vítima. (Na verdade, a sociedade ocidental foi moldada por uma conspiração maçônica-judaica contra Deus e o homem).

"Tolerância" é aplicada seletivamente. Por exemplo, dá-se tolerância à expressões de crenças ocultas; e tolerância zero para a crença cristã.

Da mesma forma, "liberdade de expressão". Para a pornografia é considerada como "liberdade de expressão", mas a crítica ao homossexualismo é "odiar".

"Igualdade": a noção de que coisas diferentes são iguais. Por exemplo, o casamento gay é o mesmo que o casamento heterossexual; homens em combate é o mesmo que mulheres em combate.

"Discriminação": se você não aceitar todas as formas de maldade em todos os momentos, você está "discriminando".

Globalismo ("aquecimento global", "economia global"): os globalistas estão colocando a palavra "global" em frente de tudo todos os dias. Mesmo antes do "aquecimento global" ter sido revelado como um engano, nunca foi realmente "global" porque não ocorreu em 100% do globo simultaneamente. Não há "economia global", apenas as economias soberanas sendo atacadas ao mesmo tempo. Outra frase favorita deles é "isso nos afeta a todos" (ou seja, "todos somos nós"). A morte de Robin Williams realmente afeta os cidadãos de Mianmar? Não.

"Empoderamento": performances meio nua no palco e simular atos sexuais é chamado de "empoderamento". É realmente escravidão para manipuladores, imoralidade e forças demoníacas. Observe como as feministas nunca protestam contra a objetivação sexual de Miley Cyrus. Isso é porque ela está promovendo o mesmo que eles: imoralidade sexual.

"Bullying": se você não apoia supremacia gay você é um "bully". No entanto, se você perseguir os cristãos, não o é.

Fonte: https://judaismoemaconaria.blogspot.com.br/2016/12/duplafala-um-dicionario-cabalista.html

"Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; Não, não; porque o que passa disto é de procedência maligna."
Mateus 5:37

Abraços