quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Adolf Hitler não queria a guerra

Historiador francês afirma que Adolf Hitler não queria a guerra.
Da Livraria da Folha.


O historiador francês Philippe Masson (1928 – 2005) afirmou que “em 3 de setembro [1943], Hitler mal dissimula seu desencanto. ‘Eu não quis essa guerra’.” 

Masson analisou as diversas mudanças geopolíticas ocorridas após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), assim como suas causas e desdobramentos durante o conflito, derrubando a visão maniqueísta sobre a primeira guerra que verdadeiramente mereceu o título de mundial.

O livro A Segunda Guerra Mundial: História e Estratégias (Editora Contexto, 2010), além de uma completa cronologia das batalhas e acordos deste episódio, apresenta uma análise com destaques para as suas características estratégicas, logísticas, econômicas e humanas.

Como as operações aconteceram em diversos lugares do globo, exigiram novos sistemas de armas, modificando as táticas e os conceitos estratégicos.

Leia um trecho da obra, que favorece inúmeras leituras sobre o maior confronto de nações da história.

O problema-chave da Segunda Guerra Mundial em seu início é, de fato, o conflito ocidental, essa guerra não desejada pelo Reich. Por duas vezes, Hitler vai tentar livrar-se dela segundo as melhores tradições da realpolitik. São duas as propostas de paz. A primeira, em 6 de outubro de 1939, após aniquilar e partilhar a Polônia. Nem Londres nem Paris reagem oficialmente a uma proposta de paz sem vencedores.

O efeito não deixa de ser intenso na França, pelo menos, onde se vivencia um mal-estar político advindo de uma guerra mal planejada, difícil de conduzir. Embora exista um partido da paz, representado pelos comunistas e vários parlamentares, com homens como Déat, Laval ou Flandin, ninguém ousa assumir a responsabilidade de uma “nova Munique”.

A segunda tentativa acontece em junho de 1940, por ocasião do grande triunfo da Wehrmacht. Hitler joga então com dois registros. Procura, inicialmente, oferecer à França condições moderadas de armistício. Rejeita, assim, as propostas redigidas pelo okh, o “Oberkommando des Heeres”, e pela Wilhelmstrasse, inspiradas na ideia de revanche do Diktat de 1919. Tais propostas preveem, com efeito, a ocupação completa do território francês, a instalação, pela Wehrmacht, de bases nas colônias, o desarmamento integral do exército francês e a entrega da frota.

É o Führer que dita, então, as condições consideradas “aceitáveis”. A França conservará uma zona livre, a soberania sobre seu império. Conservará, igualmente, um exército de 100 mil homens e os domínios territoriais. Fato capital, finalmente, a Alemanha se compromete a não exigir a entrega da frota, nem mesmo no momento da assinatura da paz. Em 18 de junho, durante uma entrevista em Munique, o Führer consegue aliar Mussolini à ideia de um armistício moderado. O cálculo revela-se preciso. O governo do marechal Pétain resigna-se a assinar, em 22 de junho, em Rethondes, uma suspensão de armas, cujas cláusulas lhe parecem honrosas. Apenas algumas vozes isoladas, como a do general De Gaulle, condenam esse armistício considerado uma capitulação.

Por outro lado, Hitler é menos feliz ao apostar no segundo registro. Apesar da defecção da França e da adesão da Itália à guerra, a Grã-Bretanha, sob o comando de Churchill (maçon), decide prosseguir na luta. Na realidade, a iniciativa do Führer é muito tardia. Ela chega com um mês de atraso. A vacilação britânica aconteceu em maio, após a ruptura do Meuse e a incapacidade do comando francês em restabelecer a situação.

É com um misto de espanto e cólera que os ingleses assistem à derrota do exército francês, que acarreta o desmoronamento de toda a sua estratégia. Pela iniciativa de lorde Halifax, apoiado por Chamberlain, o gabinete estuda então, seriamente, uma mediação de Mussolini, no que concerne ao restabelecimento da paz na Europa Ocidental. Um mês depois, Londres muda de ideia. A proposta de Halifax foi definitivamente descartada por Churchill, com o apoio dos trabalhistas, Attlee e Greenwood. O gabinete de guerra decide continuar a luta e rejeita as ofertas de negociação alemãs transmitidas por intermédio de Estocolmo e do Vaticano.



Faltou mencionar o voo secreto até Londres de Rudolf Hess, nada mais que o segundo na hierarquia do partido nazista, que, com certeza, tentou mais uma vez a paz para a Europa e o mundo. 

Quem não deve, não teme. Revisionismo já.
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Hitler queria a Guerra?
Patrick Buchanan

Em 1º de setembro de 1939, 70 anos atrás, o exército alemão cruzou a fronteira polonesa. Em 3 de setembro, a Grã-Bretanha declarou guerra.

Seis anos depois, 50 milhões de cristãos e judeus morreram. A Inglaterra estava quebrada e falida, a Alemanha uma ruína queimada. A Europa havia servido como local para o combate mais sangrento conhecido pelo homem, e civis sofreram horrores piores que os soldados.

Em maio de 1945, as hordas do Exército Vermelho ocuparam todas as grandes capitais da Europa Central: Viena, Praga, Budapeste, Berlim. Cem milhões de cristãos estavam sob o jugo da tirania mais bárbara da história: o regime bolchevista do maior terrorista de todos os tempos, Josef Stalin.(*) 

Qual causa poderia justificar tais sacrifícios?

A guerra teuto-polonesa era uma disputa sobre uma cidade do tamanho de Ocean City (Maryland), no verão. Danzig, 95% alemã, foi separada da Alemanha em Versalhes em violação ao princípio da auto-determinação de Woodrow Wilson (presidente dos EUA). Mesmo os líderes britânicos achavam que Danzig deveria ser retornada. (como se vê, o imbróglio era local entre vizinhos, mas conspiraram até que conseguissem transforma-la numa guerra mundial)

Por que Varsóvia não negociou com Berlim, que estava oferecendo um território na Eslováquia como compensação? Porque os poloneses tinham uma garantia de guerra da Inglaterra que, caso a Alemanha atacasse, ela e seu império viriam ao resgate da Polônia. (além de não cumprir o acordo, os ingleses deixaram a Polônia sofrer décadas debaixo do jugo judaico-comunista)

Mas por que a Inglaterra faria uma garantia de guerra para uma junta de coronéis poloneses, dando-lhes o poder de arrastar a Inglaterra numa segunda guerra com a nação mais poderosa da Europa?

Danzig era merecedora de uma guerra? Diferentemente dos 7 milhões de cidadãos de Hong Kong que os britânicos entregaram para Pequim, e que não queriam isso, os danzigers estavam clamando pelo seu retorno à Alemanha.

Aqui vem a resposta: a garantia de guerra não era para Danzig, ou mesmo para a Polônia. Era sobre o imperativo moral e estratégico de "parar Hitler", após ele mostrar, ao rasgar o pacto de Munique e a Tchecoslováquia com ele, que ele planejava conquistar o mundo. E aquela besta nazista não podia ser permitida fazer isso. 

Se fosse verdade, muito justo. Os americanos, acima de tudo, estavam preparados para usar bombas atômicas para manter o Exército Vermelho longe do Canal da Mancha. Mas onde está a evidência que Adolf Hitler, cujas vítimas até março de 1939 eram uma fração das do General Pinochet ou das de Fidel Castro, queria conquistar o mundo? (pois é)

Após Munique em 1938, a Tchecoslováquia realmente desagregou-se. Consideremos no que se tornaram suas partes.

Os alemães dos Sudetos retornaram ao domínio alemão, como queriam. A Polônia anexou a minúscula região disputada do Teschen, onde milhares de poloneses viviam. As terras ancestrais da Hungria no sul dda Eslováquia retornaram para ela. Os eslovacos tiveram sua independência completa garantida pela Alemanha. Quanto aos tchecos, eles vieram para Berlim com a mesma proposta dos eslovacos, mas Hitler insistiu que eles aceitassem um protetorado.

Agora alguém pode desprezar o que foi feito, mas como esta partição da Tchecoslováquia manifestou um desejo hitlerista de conquista do mundo?

Aqui vem a resposta: se a Inglaterra não tivesse dado uma garantia de guerra e ido à guerra, após a Tchecoslováquia viria a vez da Polônia, depois a Rússia, depois a França, depois a Grã-Bretanha, depois os Estados Unidos. 

Estaríamos agora falando alemão. 

Mas se Hitler estava para conquistar o mundo - Grã-Bretanha, África, Oriente Médio, Estados Unidos, Canadá, América do Sul, Índia, Ásia e Austrália - por que ele gastou três anos construindo uma poderosa e cara Linha Siegfried para proteger a Alemanha da França? Por que ele iniciou a guerra sem nenhuma frota de superfície, sem transporte para as tropas e somente 29 submarinos? Como você conquista o mundo com uma Marinha que não pode sair do Mar Báltico? 

Se Hitler quisesse o mundo, por que ele não construiu bombardeiros estratégicos, ao invés de bi-motores Dorniers e Heinkels que sequer alcançavam a Inglaterra a partir da Alemanha?

Por que ele deixou o exército inglês partir de Dunquerque?

Por que ele ofereceu paz aos britânicos duas vezes, após a queda da Polônia, e depois após a queda da França?

Por que, quando Paris caiu, Hitler não tomou a frota francesa, como os Aliados fizeram com a frota do Kaiser? Por que ele não tomou as bases francesas na Síria e atacou Suez? Por que ele implorou a Benito Mussolini para não atacar a Grécia? 

Porque Hitler queria terminar com a guerra em 1940, quase dois anos antes dos trens partirem para os campos (de concentração).

Hitler nunca quis a guerra contra a Polônia, mas uma aliança com ela, como ele fez com a Espanha de Francisco Franco, a Itália de Mussolini, a Hungria de Miklos Horthy e a Eslováquia de Jozef Tiso.

De fato, por que ele iria querer guerra quando, por volta de 1939, ele estava cercado de vizinhos aliados, simpatizantes ou neutros, exceto a França? E ele havia abdicado da Alsácia, pois reconquistá-la significaria guerra com a França, e isto significaria guerra com a Inglaterra, cujo império ele admirava e que sempre quis como aliada.

Por volta de março de 1939, Hitler nem mesmo tinha uma fronteira com a Rússia. Como então ele poderia invadi-la?

Winston Churchill (maçon) estava certo quando ele chamou-a de "A Guerra Desnecessária" - a guerra que provou ser mortal para nossa civilização. 

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O livro de Buchanan, Churchill, Hitler e a Guerra Desnecessária pode ser comprado aqui: 

           




Abraços.

4 comentários:

  1. Acho que o argumento do livro do autor Buchanan facilmente não se sustenta. A perca dos impérios coloniais europeus pode ter sido preciptada pela segunda guerra, mas seria inevitável. Com o passar dos anos, seria inviável para as nações coloniais europeias manterem milhões de pessoas, nas colônias, sob seu julgo, além do que, também não seria justo. Quanto à Alemanha, mesmo sem reação da França e Inglaterra em relação à invasão da Polônia, não acredito que os nazistas se contentasse só com a Polônia e, mais cedo ou mais tarde, pelo expansionismo dos alemãs, haveria atrito com ingleses e franceses. O autor afirma, também, que os melhores e mais corajosos ocidentais morreram nas guerras e que isso pode ter antecipado o fim do ocidente. Não sei se há alguma razão nisto, mas, de um modo geral, as populações da Europa e países com descendentes de europeus estão encolhendo pela baixa natalidade atualmente, o que estaria, de qualquer forma, acontecendo. Estes povos passaram por tal situação, provocada por eles mesmos com sua ganância e necessidade de poder, mas, os tempos eram outros. Uma guerra na Europa realmente é uma guerra civil, nisto concordo. Qualquer guerra é uma tragédia terrível. Mesmo que os alemãs não tivessem sido combatidos e dominassem alguma região por algum tempo, nunca conseguiriam dominar o mundo e hoje não estaríamos falando alemão nem seríamos escravos.

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    1. Um dia as colônicas realmente lutariam pela sua independência, mas a guerra com certeza acelerou o processo. Temos o exemplo das colônicas portuguesas que se sustentaram até anos 70.

      Hitler foi atraído para uma armadilha, por isso França e RU ficaram quietos com as anexações alemãs. Ainda não era a hora.

      O que Buchanan fala no livro, vários outros pesquisadores, historiadores, etc corroboram com seus estudos e pesquisas.

      Você não pode analisar a História somente pela ótica oficial. Existem os bastidores e é lá que a verdade acontece.

      Abraços

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  2. Oi Carlos, entendo o que você disse sobre meu comentário do dia 14 e já li alguma vez que Hitler considerava os britânicos iguais aos alemães e achava o sangue britânico muito valioso para ser derramado. Desta forma, talvez ele realmente não quisesse uma guerra com a Grã-Bretanha, mas, mesmo assim, em busca do espaço vital de que falava e outros interesses, esta simpatia pelos britânicos não seria suficiente para barrar um enfrentamento. De qualquer forma, a defesa de ingleses e franceses da Polônia foi relativa, uma vez que este país acabou caindo na influência soviética, após a guerra e por muito tempo. Desculpem os erros bobos de português no primeiro texto, pois escrevi muito rápido e não os percebi: contentasse em vez de contentassem e alemãs em vez de alemães.

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    1. Hitler tinha como inimigo o comunismo, a usura, os traidores da pátria, pra simplificar. E o que pode-se ver ultimamente, é surgirem mais pesquisas e documentos provando que Hitler não queria uma guerra com a GB. Seriam duas frentes e todos na Europa sabiam que isso não seria bom pra Alemanha. Foi o que os maçons em Paris, Washington, Londres e Moscou fizeram. Deixaram as coisas correrem até chegar o momento certo. Esta guerra já estava planejada no Tratado de Versalhes.

      Não se pode analisar a História somente pela ótica oficial. Existem os bastidores e é lá que a verdade acontece. E ela aos poucos está sendo revelada.

      Veja Financial Tyranny ( partes 1 e 2 ):

      https://www.youtube.com/watch?v=qTu2iIjm5oA

      https://www.youtube.com/watch?v=mmSqfr2l3HY

      Abraços

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"Numa época de mentiras universais, dizer a verdade é um ato revolucionário."
George Orwell

"Até que os leões tenham seus próprios historiadores, as histórias de caçadas continuarão glorificando o caçador."
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